Quase 500 tutores desenvolverão atividades extra-aula para recuperar conhecimentos que não puderam ser adquiridos durante a pandemia
Para oferecer aos estudantes dos cursos de Graduação a oportunidade de recuperar conhecimentos que, eventualmente, não foram adquiridos durante o período de isolamento social imposto pela pandemia da covid-19, a Pró-Reitoria de Graduação (PRG) criou, neste primeiro semestre, o Programa de Apoio Pedagógico – Tutoria. O investimento total do programa é de R$ 3 milhões.
O programa concedeu quase 500 bolsas para tutores desenvolverem, em horários extra-aula, atividades de recuperação e nivelamento, planejadas pelo docente responsável pela disciplina para compensar lacunas pedagógicas acumuladas durante o período de ensino remoto emergencial. As possibilidades são variadas, podem ser minicursos, atendimentos individualizados, auxílio para realizar exercícios, trabalhos propostos ou atividades em laboratórios didáticos.
“Nós passamos por uma fase complexa de aprendizagem nesses dois últimos anos, com a maioria das disciplinas dos nossos cursos adotando o ensino remoto emergencial, por ser a única alternativa viável para garantir a interação necessária ao trabalho pedagógico durante a pandemia. Agora, estamos trabalhando para recuperar aprendizagens que não foram alcançadas como, por exemplo, a experiência desenvolvida em laboratórios didáticos”, explica o pró-reitor adjunto de Graduação, Marcos Garcia Neira.
Os tutores são estudantes dos últimos anos dos cursos de graduação, estudantes de pós-graduação ou pesquisadores de pós-doutorado, que já são formados ou que já cursaram a disciplina e estão aptos a auxiliar outros alunos.
Neira reforça que o tutor não substitui o docente em suas aulas formais. “A ideia do programa é que, enquanto o professor aborda os conteúdos da disciplina, o tutor desenvolve as atividades de apoio pedagógico fora do horário das aulas, trabalhando paralelamente para recuperar aprendizados que já deveriam ter sido adquiridos nas disciplinas precedentes ou mesmo no ensino médio. O tutor não trabalha para ajudar o professor, o raciocínio é outro, ele trabalha para ajudar o aluno”, explica.
“Normalmente a disciplina Introdução às Ciências Atmosféricas é oferecida para estudantes do primeiro ano do curso de Bacharelado em Meteorologia, e apresenta as diversas áreas da meteorologia e como elas se relacionam com os conceitos básicos das disciplinas de Cálculo e de Física. Para esse projeto de tutoria, são atendidos estudantes que cursaram a disciplina em 2020 e 2021”, explicou o professor do IAG, Ricardo de Camargo.
“Nosso projeto está focado nos alunos ingressantes, os calouros de 2022, alunos que trouxeram do ensino médio as deficiências causadas por dois anos de ensino remoto”, explica a professora Joelma Perez, responsável pela disciplina Laboratório de Química Geral, do IQSC.
PAP – Tutoria
Em março, a Pró-Reitoria de Graduação lançou o edital Programa de Apoio Pedagógico (PAP) – Tutoria, convidando docentes a fazer uma avaliação de suas turmas, identificar conhecimentos que seriam necessários para a disciplina, mas que não puderam ser alcançados nos dois anos de ensino remoto emergencial, e desenvolver um plano de atividades para recuperar as perdas.
Ao todo, 400 projetos foram submetidos e 376 projetos foram homologados, contemplando um total de 498 tutores. As bolsas – no valor de R$ 500 mensais para tutores alunos de graduação; R$ 600 para tutores alunos de pós-graduação; e R$ 800 para tutores pesquisadores de pós-doutorado – serão pagas em quatro parcelas, entre os meses de maio e agosto.
As atividades programadas para a disciplina deverão ser realizadas entre os meses de abril e julho. Para o pró-reitor adjunto, “a expectativa é que, se tivermos uma avaliação positiva da experiência, o edital seja repetido para as disciplinas do segundo semestre”.
“Todas as atividades – leituras, rodas de conversas, filmes e produção de material artístico – foram pensadas para capacitar os alunos da disciplina, no intuito de recuperar a aprendizagem dificultada pelo isolamento social imposto pela pandemia da covid-19 e mostrar como o estudo de solos é importante para a área de atuação do gestor ambiental”, Luis Fernando Vieira da Silva, tutor da disciplina Fundamentos de Ciência do Solo e doutorando do programa em Solos e Nutrição de Plantas da Esalq.
Por Erika Yamamoto – Jornal da USP