De São Carlos para o Brasil: a contribuição do ICMC para a nova gestão da Capes

Dois professores do Instituto foram eleitos pela comunidade acadêmica para atuar em prol das áreas de pós-graduação em computação, matemática, probabilidade e estatística

 

 

Dois professores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, estão entre os 49 novos representantes da comunidade acadêmica que ficarão à frente das áreas de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pelos próximos quatro anos. Eles foram recepcionados pela presidente da Capes, Mercedes Bustamante, durante o Seminário de Acolhimento, que aconteceu na última semana, dias 8 e 9 de fevereiro, em Brasília.

O professor Adenilso da Silva Simão, vice-diretor do ICMC, é o novo coordenador adjunto de ciência da computação; já o professor José Alberto Cuminato responde pela coordenação adjunta dos programas profissionais de matemática, probabilidade e estatística. Cuminato também é diretor do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que é sediado no ICMC. Eles ficarão à frente das áreas de avaliação até 15 de março de 2026.

“Os coordenadores são responsáveis por algumas atividades relativas a todos os programas de pós-graduação do Brasil nas respectivas áreas. Entre as atividades, podemos citar a avaliação dos cursos ativos; a análise das propostas de novos cursos; e a preparação de um documento de área, que define os parâmetros para os próximos anos e, de certo modo, estabelece o futuro da pós-graduação”, explica Simão.

Para o vice-diretor do ICMC, ao assumir as coordenações, os professores contribuem para a construção desse futuro, assegurando que a expansão e a avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros sejam realizadas de forma adequada e com qualidade. “A equipe de pesquisadores que cuidou da avaliação quadrienal passada precisou lidar com algumas situações inesperadas, mostrando o quanto é importante termos um grupo de coordenadores que consiga lidar com desafios e garantir a continuação do trabalho que vem sendo realizado pela Capes há tantos anos”, destacou o professor.

Simão assumiu o cargo que anteriormente era ocupado por José Carlos Maldonado, professor aposentado do ICMC. Já Cuminato foi reconduzido ao mesmo cargo que ocupava na gestão anterior.

 

 

Importância da avaliação Traçar um retrato da pós-graduação brasileira, verificando seu desempenho e zelar pela qualidade dos programas, atribuindo notas de 1 a 7. Esses são os principais objetivos da avaliação da Capes, prevista para ocorrer a cada quatro anos. São levados em conta cinco quesitos: proposta do programa, corpo docente, corpo discente, produção intelectual e inserção social. Essa avaliação depende dos comitês das 49 áreas do conhecimento, que são compostos por pesquisadores, e resulta em notas (ou conceitos) que vão de 1 a 7.

Obter bons resultados nessa avaliação é fundamental para que os cursos se mantenham credenciados pela Capes, o que garante a validação dos diplomas emitidos. Aqueles que recebem notas 1 ou 2 são descredenciados. Para se manter em funcionamento, oferecendo apenas mestrado, um programa deve receber, no mínimo, a nota 3. Apenas os que têm notas acima de 4 podem oferecer doutorado. Já aqueles que atingem 6 e 7 são considerados de excelência.

“A nota 7 é atribuída apenas a programas que têm excelência internacional, ou seja, que são equivalentes aos oferecidos pelas melhores universidades do mundo”, ressalta Simão. Tanto o Programa de Pós-Graduação em Matemática quanto o Programa de Pós-Graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional do ICMC receberam nota 7 na última avaliação quadrienal realizada pela Capes.

Por meio da avaliação, a Capes contribui para que as metas educacionais da pós-graduação brasileira sejam atingidas, assegurando a qualidade da formação de mestres e doutores. A partir do diagnóstico obtido nessa análise, são sugeridas iniciativas para a evolução e a melhoria do cenário educacional.

Como tudo começou Criada em 1951, a Capes assumiu o papel de agência avaliadora da pós-graduação a partir da década de 1970. Em 1976, implantou um sistema nacional de avaliação da pós-graduação voltado para os cursos de mestrado e doutorado, que foi sendo aprimorado pela comunidade acadêmica ao longo dos anos até chegar ao modelo atual.

No entanto, até a década de 1990, a avaliação ocorria de forma desvinculada e em paralelo ao credenciamento dos programas de pós-graduação junto ao Conselho Federal de Educação (CFE). Isso gerava distorções no sistema de pós-graduação nacional, pois muitos cursos mal avaliados pela Capes mantinham-se credenciados junto ao CFE. Com a extinção do Conselho, a Capes passou a ser responsável tanto pelo credenciamento quanto pela avaliação dos programas.

 

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Com informações CGCOM/CAPES

 

 

Leia mais
Capes recepciona os coordenadores das áreas de avaliação:
https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/capes-recepciona-os-coordenadores-das-areas-de-avaliacao

Portaria de designação dos docentes:
http://cad.capes.gov.br/ato-administrativo-detalhar?idAtoAdmElastic=10428#anchor

Tudo sobre a avaliação quadrienal:
https://www.gov.br/capes/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/avaliacao/avaliacao-quadrienal

 

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