Um importante debate está agendado para acontecer no auditório Marcius Giorgetti do Cetepe-EESC, a partir das 14 horas do dia 13 de novembro, quando será realizado o evento Engenheiras Empreendedoras.
A iniciativa, que recebeu apoio da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP-USP), pretende trazer diálogo e debate sobre a inserção da mulher na engenharia e no empreendedorismo, no intuito de compreender melhor o cenário e propor ações para a equidade de gênero.
As inscrições devem ser feitas neste link: https://forms.gle/cMwwc62R6F8EdrsD9
O evento terá a abertura da presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), Ligia Mackey, seguida pela palestra de Nauany Xavier Rodrigues, engenheira, empreendedora e membro do Comitê Gestor Mulher, da mesma instituição.
Também faz parte do encontro, uma mesa-redonda mediada pela professora da EESC, Maíra Martins, que contará com a participação de mulheres com diferentes perfis:
• Julia Valim – aluna de graduação na EESC, faz parte do Programa Star de Aceleração e é ex Enactus
• Adriele Fonseca – Engenheira Civil, ex-aluna da EESC, empreendedora social e idealizadora do Instituto Regeneri
• Ariane T. Lima Canellas – gerente regional do Sebrae São Carlos
• Thalita Braga – Formada em Engenharia de Materiais e Manufatura pela EESC, CEO da Gaia Green Tech
O evento pretende criar um espaço em que se compartilhem vivências, identifiquem-se dificuldades e ações sejam propostas, com o objetivo de incentivar e fomentar o empreendedorismo entre as mulheres da engenharia. Protagonismo feminino, mentalidade empreendedora, liderança, ambiente de trabalho, vida familiar, gestão do tempo são alguns dos temas que devem surgir durante as falas.
Dados relevantes para embasar as discussões
Existem várias discussões sobre os obstáculos à presença das mulheres na Engenharia, assim como já existem algumas ações afirmativas que procuram diminuir o abismo entre homens e mulheres nesta área do conhecimento. Porém ainda há muito a se caminhar. Dados do Crea-SP de 2021 indicaram 14% de mulheres registradas em um universo de 350 mil profissionais.
Segundo dados do Censo da Educação Superior do INEP, em 2022, as mulheres representavam cerca de 21% dos alunos matriculados nos cursos de Engenharia. Na EESC, esse número é de 28% na graduação.
Atualmente, há 31 professoras e 150 professores na EESC, em uma proporção aproximada de apenas 20%. E, dos 8.203 pesquisadores que receberam titulações de mestrado, doutorado e doutorado direto desde a fundação da EESC desde 1948 até 2023, 66% foram homens e 34% mulheres. Esses números apontam para a urgência no que diz respeito a tratar dos temas relativos à presença da mulher na engenharia, na academia, em cargos de liderança e isso também leva ao empreendedorismo.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em 2022, trouxe que havia 10,34 milhões de donas de pequenos negócios no Brasil, pouco mais de 34% do volume total de empresários. Segundo dados do SEBRAE, cerca de 75% das empreendedoras relatam sentir-se sobrecarregadas por terem que conciliar a gestão dos negócios com as responsabilidades domésticas e familiares, enquanto 55% dos homens responderam o mesmo (fonte: Sebrae Atende). Os dados refletem um cenário onde há barreiras consideráveis a serem superadas para garantir igualdade de oportunidades no empreendedorismo no Brasil.
Se fizermos a união dos requisitos mulher, engenheira e empreendedora, encontraremos questões ainda mais complexas, restritivas, específicas, com muitos pontos a serem trabalhados para que se atinja a equidade entre os gêneros. Portanto, discutir esse assunto dentro da Universidade com participação de representantes da sociedade é uma maneira eficiente de apontar possíveis caminhos para trabalhar aquelas questões mais complexas e promover/estimular o empreendedorismo feminino em todas as camadas sociais.