O grupo extracurricular SEMEAR da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) foi o grande campeão da 2ª Competição Aeroespacial SARC-BARINet, promovida pelo Centro Sueco de Pesquisa Aeroespacial e a Rede Brasileira de Pesquisa e Inovação Aeroespacial. A premiação aconteceu nessa segunda-feira, dia 7, durante a Semana de Inovação Suécia-Brasil 2022, realizada em Salvador (BA).
“Desta vez o alvo eram graduandos e mestrandos, ao invés de pesquisadores e startups (como na primeira vez)”, explica o Prof. Raffaello Mariani, do Royal Institute of Technology, um dos organizadores pelo lado sueco. E o desafio proposto nesta edição era criar sistemas voltados à detecção e combate a incêndios em florestas, utilizando Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs), que são mais conhecidos como drones. Participaram da disputa alunos de universidades brasileiras e suecas.
“O tema do combate a incêndios em florestas usando múltiplas aeronaves autônomas não é trivial”, destaca o Prof. Glauco Caurin, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) e um dos organizadores do desafio, que foi de responsabilidade do SARC e BARINet, com suporte do CISB (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro) dentre outros.
E, assim como na primeira edição da competição, a vitória veio para o Brasil. A proposta ganhadora foi da Equipe Atena, formada por alunos participantes do Grupo SEMEAR da EESC-USP, em especial, do Núcleo de Robótica Aérea. E essa conquista precisa ser destacada, pois segundo o Prof. Rafaello, todas as propostas foram “de nível muito alto”.
Lucas Cavalcante, aluno de engenharia e um dos membros da equipe premiada, explica que antes da competição nenhum dos membros do time tinha conhecimento de estratégias de combate a incêndio. Então, para entender o problema mais profundamente, buscaram apoio do Corpo de Bombeiros de São Carlos. Lá, puderam entender os desafios e riscos enfrentados, podendo levantar ideias de como a utilização de drones poderia diminuir os riscos de acidentes e tornar as operações mais efetivas.
Além de Lucas, a equipe é composta pelos estudantes Guilherme Castro, Daniel Miguita, Matheus Martins, Guilherme Villela e Raul Ferreira.
A ideia
O projeto ganhador, chamado NoFire Squad, consiste no desenvolvimento conceitual, testado em simulador, de um enxame de nove quadricópteros autônomos que atuam de forma cooperativa para auxiliar no combate a incêndios florestais. “A ideia é que os drones sejam lançados da aeronave militar brasileira, KC-390, em uma área próxima ao foco do incêndio. O swarm (enxame) é capaz de fazer uma busca pelo terreno, encontrar a região do fogo e iniciar uma estratégia para retardar a propagação das chamas”, explica Lucas.
“Na nossa abordagem, um dos drones do swarm lidera os demais, auxiliando-os a se posicionarem para lançar substâncias antifogo nas regiões periféricas às chamas, evitando, assim, que o fogo se propague rapidamente para regiões ainda não atingidas”, diz o estudante de engenharia. Esta estratégia de combate a incêndios executada pelos drones e programada pela Equipe Atena tem como base a forma como os bombeiros atuam.
A apresentação dos projetos para a comissão julgadora aconteceu nos dia 28 e 29 de outubro, no Campus da USP em São Carlos, com participação das três equipes finalistas, representantes da Escola de Engenharia de São Carlos (SEMEAR), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Próximos passos
A equipe vencedora irá, em 2023, para a Suécia. O foco da viagem é conhecer o rico ecossistema de inovação aeroespacial daquele país, visitando indústrias e universidades. “A ideia é reforçar o intercâmbio que já é forte entre Brasil e Suécia quando o assunto é tecnologia, pesquisa e desenvolvimento”, indica Alessandra Holmo, Managing Director do CISB.
E já está confirmada para o próximo ano uma nova edição da competição. A proposta é avançar ainda mais com a integração de profissionais e estudantes do Brasil e da Suécia, aumentar o número de equipes, estimular e motivar o compartilhamento de experiências. “Uma primeira proposta a ser apresentada ao Conselho Consultivo da Competição é a criação de equipes mistas compostas por alunos de ambos os países”, empolga-se o prof. Glauco. Já prof. Rafaello ressalta que as futuras competições devem focar em problemas reais e as equipes serem multidisciplinares.
“Temos certeza de que esse tipo de competição é extremamente benéfico porque dá oportunidade aos estudantes de superar barreiras reais, que serão encontradas no mercado, e também estimulam o surgimento de soluções práticas, que podem auxiliar o mundo todo – como a proposta vencedora do grupo brasileiro”, finaliza Alessandra.
Assessoria de Comunicação da EESC-USP
com informações do MSL Group