A adesão da Universidade ao Enade em 2025 contribuirá para a avaliação institucional da USP e do ensino superior no Brasil
A partir deste ano, a USP participará do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), que avalia o rendimento dos estudantes concluintes dos cursos de graduação do Brasil, em relação aos conteúdos programáticos, às habilidades e às competências adquiridas ao longo da formação. A adesão da USP ao Enade foi aprovada pelo Conselho Universitário, na reunião realizada nesta terça-feira, dia 24 de junho. Foram 93 votos a favor e seis abstenções.
“A USP, no passado, promoveu discussões e optou por não participar do Enade. Por isso, gostaria que este fosse um processo muito discutido com a comunidade acadêmica e isso foi feito pela Pró-Reitoria de Graduação. Entendo que a USP, que é uma das universidades mais importantes do Brasil, deve ser um parâmetro de qualidade na graduação, assim como o é na pós-graduação, por meio da avaliação da Capes”, afirmou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
A Universidade seguirá os ciclos trienais do Enade e observará as áreas de avaliação definidas anualmente pelo Ministério da Educação.
“A adesão ao Enade foi construída de forma dialogada junto à comunidade docente e discente da USP, buscando-se alinhar nosso compromisso institucional com a qualidade da formação à responsabilidade pública de dar transparência à avaliação externa do aprendizado de nossos estudantes, conduzida no âmbito do Sinaes”, explica o pró-reitor de Graduação, Aluisio Segurado.
Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, “a presença da USP no Enade é valiosa, já que professores da Universidade poderão contribuir diretamente com nossas comissões assessoras, colaborando no aprimoramento contínuo do exame. Essa adesão fortalece o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior e amplia a qualidade e a representatividade dos processos avaliativos conduzidos pelo instituto. Além disso, os estudantes concluintes das licenciaturas e da medicina da USP poderão utilizar seus resultados individuais em processos seletivos como a Prova Nacional Docente e o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica”.
O desempenho dos cursos no Enade influencia diretamente o Conceito Preliminar de Curso, um indicador utilizado pelo Ministério da Educação para regulação e supervisão dos cursos de nível superior do Brasil.
Em 2025, serão avaliados 48 cursos da USP: licenciaturas em artes visuais, ciências biológicas, ciências sociais, educação física, filosofia, física, geografia, história, letras, matemática, música, pedagogia e química; e bacharelados em administração, ciências contábeis, ciências econômicas, design, direito, jornalismo, medicina, psicologia, publicidade e propaganda e relações internacionais.

Foto: Gabriel Almeida/EACH USP
O ingresso da USP no Enade coincide com uma mudança no processo avaliativo nacional, que passa a contemplar quatro modalidades distintas: o Enade, aplicado aos estudantes dos cursos de bacharelado e tecnológicos; o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), obrigatório para todos os estudantes de Medicina; a Prova Nacional Docente (PND), que avalia a formação teórica nos cursos de Licenciatura; e a avaliação prática das Licenciaturas, vinculada ao Enade e voltada à análise das competências desenvolvidas no estágio supervisionado.
Embora a nota do Enade não fique registrada no histórico escolar do aluno, ela pode ser exigida em concursos públicos, no Exame Nacional de Residência (Enare) ou no processo seletivo de escolas públicas.
O pró-reitor Aluisio Segurado explica que “os estudantes concluintes dos cursos de Medicina poderão utilizar a nota do Enade para concorrer às vagas de Residência Médica nos hospitais que aderirem ao Enare, promovido pelo Ministério da Educação. Trata-se de uma articulação estratégica que busca integrar a avaliação da formação com os processos seletivos de especialização médica, conferindo maior objetividade e alcance nacional ao ingresso na Residência”.
“Da mesma forma, os concluintes dos cursos de Licenciatura contemplados no edital de 2025 poderão utilizar seu desempenho para participar dos concursos de ingresso em redes públicas de ensino dos 22 Estados brasileiros – inclusive o Estado de São Paulo – e pelos 1.501 municípios paulistas que já aderiram ao PND. Essa iniciativa representa uma inovação relevante ao alinhar a avaliação da formação inicial de professores com políticas públicas de valorização docente, ampliando a transparência e a equidade nos processos seletivos das redes de ensino”, completa Marcos Neira.