Pesquisadoras do IQSC participam de evento que reúne pioneiras da eletroquímica no Brasil

A segunda edição do simpósio Fronteiras em Eletroquímica e Eletroanalítica que acontece nos dias 11 e 12 de fevereiro, é dedicado aos avanços realizados por mulheres cientistas.  O evento será on-line e as inscrições estão abertas para participantes.

A pesquisadora Lais Canniatti Brazaca. Foto: Rui Sintra/IFSC-USP

O encontro reúne pesquisadoras que atuam no Brasil e no exterior, dando visibilidade às mulheres e comemorando o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência – 11 de fevereiro.  “O principal objetivo do evento é destacar o trabalho de jovens mulheres que atuam na área de Eletroquímica e Eletroanalítica e estimular a criação de parcerias científicas, aumentando a integração das mulheres na academia e fortalecendo suas pesquisas”, informa Laís Brazaca da Comissão Organizadora.  Referindo-se ao tema da mesa redonda que integra a programação, acrescenta que “o evento irá, ainda, discutir as dificuldades encontradas por mulheres em suas trajetórias científicas, promovendo a troca de experiências entre pesquisadoras, e destacar as cientistas brasileiras pioneiras na área”, acrescenta.

Vitória Guimarães é pós-graduanda do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP e participa apresentando pôster. “Eventos deste porte são importantíssimos para o avanço da ciência, além de dar destaque e valorizar a presença feminina em uma área predominantemente masculina”, afirma.  Sobre a programação, acrescenta que “eventos assim só comprovam a qualidade de trabalho de mulheres incríveis, apesar da diferença de gênero sobre a distribuição de bolsas de produtividade”.

Foram submetidos mais de 100 resumos de pesquisadoras de todo o Brasil e também de fora do país. Segundo Laís, “os trabalhos recebidos são de alta qualidade não só no cenário nacional, mas também têm grande potencial de ocupar posições de destaque em publicações internacionais.”

Os resumos das palestras e dos trabalhos apresentados, a biografia das palestrantes e das participantes da mesa redonda serão divulgados nos anais do evento.

As professoras brasileiras Maiara Oliveira Salles da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Cecília de Carvalho Castro e Silva da Mackenzie/MackGraphe coordenam a comissão organizadora do evento, que é integrada por Laís e outras pesquisadoras.

Estas mulheres são “pratas da casa”

Adalgisa Rodrigues de Andrade está entre as homenageadas. Desenvolveu seu doutorado em Físico-Química no IQSC/USP. É professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP onde trabalha no campo da produção de energia com células a combustível e biocélulas a combustível e degradação de herbicidas e corantes por diversos métodos eletroquímicos.

Lívia Flório Sgobbi, pesquisadora na Universidade Federal de Goiás e uma das palestrantes, desenvolveu toda sua formação no IQSC/USP.  Atua na área de desenvolvimento de sensores e biossensores eletroquímicos com ênfase em análises clínicas e ambientais, dispositivos descartáveis e vestíveis, conforme mencionado em sua biografia.

Laís Canniatti Brazaca é pós-doutoranda junto ao Instituto de Química de São Carlos, atua no Grupo de Bioanalítica, Microfabricação e Separações sob supervisão do professor Emanuel Carrilho e já se consolidou com destaque na área.

Sobre como sua pesquisa se relaciona com o tema do evento, explica: “minha principal área de atuação consiste no desenvolvimento de biossensores eletroquímicos para o diagnóstico médico. O principal objetivo, neste caso, é aplicar a eletroquímica para desenvolver dispositivos capazes de detectar, de maneira simples, rápida e

A pesquisadora Vitória Guimarães. Foto: acervo pessoal

de baixo custo, biomoléculas específicas relacionadas a doenças que atingem nossa sociedade de maneira relevante”. Laís já trabalhou em conjunto com diversos grupos de pesquisa, do desenvolvimento de dispositivos para auxiliar o diagnóstico da Doença de Alzheimer, Mal de Parkinson, diversos tipos de câncer, COVID-19 e outros.

Vitória Pistori Guimarães é uma das pesquisadoras emergentes na área. Formada em Engenharia Ambiental, escolheu a eletroquímica aplicada à energia como sua área de pesquisa na pós-graduação. “Minha graduação tem uma vantagem por sua multidisciplinaridade e, para mim, é um ponto necessário quando pensamos em energia ou no desenvolvimento de outras tecnologias sustentáveis. A eletroquímica surgiu para mim em uma iniciação científica e logo vi que queria continuar na área”, explica.

Sobre a escolha do Instituto de Química de São Carlos, destaca: “escolhi o IQSC, para trabalhar com um dos melhores pesquisadores em um grupo reconhecido”.  Ela é orientada pelo professor Edson Antonio Ticianelli, um dos Coordenadores do Grupo de Eletroquímica, que existe desde 1973.  Sua pesquisa de mestrado estuda um material mais barato, não escasso e com qualidade para reduzir o gás carbônico eletroquimicamente, produzindo compostos de valor energético.

Hamilton Varela, Vice-Diretor do IQSC/USP, lembra que “São Carlos tem a maior concentração de pessoas com doutorado no Brasil e, arrisco dizer, a maior densidade de pesquisadores na área de eletroquímica” e acrescenta sobre o evento: “A presença de pesquisadoras egressas do IQSC/USP neste importante evento é motivo de grande satisfação e só reforça a excelência das pesquisas na área de eletroquímica desenvolvidas no Instituto, desde a sua fundação. Estão de parabéns todas as homenageadas e os organizadores, pela iniciativa.”

Por Sandra Zambon/Comunicação IQSC com informações de Laís Brazaca

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